“Lembro que pelos blocos da janela de minha sala de aula eu observava as lojas da Avenida Brasil e ouvia toda aquela barulheira de carros e aparelhos de som, tudo parecia muito estranho para mim, que acabara de chegar do campo. Era o início do ano de 1980, eu iniciava ali, na Escola Paroquial São Vicente de Paulo, a minha vida escolar.”
Nessa escola, na cidade de Itapecuru-Mirim, João Carlos cursou o primeiro ano fraco (no primeiro semestre) e primeiro ano forte (no segundo semestre), em 1980 e o segundo ano, em 1981.
No ano seguinte, foi estudar na Unidade Escolar de Itapecuru Mirim (Maria Goreth), lá cursou a terceira e a quarta séries primárias (1982 e 1983); Entre 1984 e 1987, estudou na Unidade Escolar professor Raimundo Nonato Ferraz (CEMA), e de 1988 a 1990, no CE Newton Neves.
João Carlos nasceu na localidade Boca do Campo, Cantanhede-MA. É o sexto, de nove filhos do casal Raimundo Arcênio Cantanhede e Antonia Pimentel Cantanhede. Arthur é seu único filho.
Em relação às artes visuais João Carlos cultiva seu gosto desde criança, quando apreciava ilustrações em livros de história e literatura. Ele comenta que sentia grande fascínio pelas imagens gregas, romanas e medievais, além das ilustrações da turma do Sítio do Pica-pau Amarelo. Lembra também que, para quem vivia em uma realidade sem nenhuma tradição de cultivo artístico, teve a oportunidade de ler um livro de contos que narravam obras de Tomie Ohtake.
Porém, João Carlos cita que “iniciou” sua carreira artística por meio de desenhos de super-heróis dos gibis que lia e reproduzia a lápis de cor e caneta esferográfica. Boa parte desses desenhos era produzida por encomenda para colegas. Costumava vender ou trocar por alguma outra coisa. Nessa época, ele lembra que não era o único “artista” da família, pois seu irmão Zeca também desenhava, “inclusive bem melhor que eu”.
Já na sua juventude, as suas principais influências foram algumas obras modernistas brasileiras que ilustravam uma velha gramática que havia em sua casa e os desenhos de seu colega de escola, Evalto Diniz, que fazia uns desenhos diferentes (surrealistas). Essas referências fizeram com que desde cedo produzisse trabalhos com características modernistas.
Em 1995, João Carlos prestou vestibular para Educação Artística, obtendo aprovação, mudou-se para São Luís, onde reside desde então. Concluiu o Curso de Licenciatura em Educação Artística – UFMA, em 2001. Posteriormente fez Especialização em História do Maranhão – UEMA (2005); e Mestrado em Artes Visuais pelo ProfArtes – UFMA (2018-2020);
Participou das exposições: Exposição individual “Olhares sobre o cotidiano”, Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, 2019; “Relevos Sensoriais”, em parceria com os artistas Mônica Farias e Paulo César, SESC/MA, 2016; 5º Salão de artes São Luís, 2014, FUNC; Exposição Coletiva “Iconografia Urbana de São Luís” IV – SESC/MA, 2013; Exposição individual “Sem perspectiva” – SESC/MA, 2012; 3º Salão de artes plásticas de São Luís, 2012, FUNC; 2º Salão de artes plásticas de São Luís, 2011, FUNC; Exposição Coletiva “Iconografia Urbana de São Luís” III- SESC/MA, 2008; Exposição Coletiva “Iconografia Urbana de São Luís” II- Galeria Nagy Lajos/Museu de Artes Visuais, 2007; Exposição individual “Itapecuru – imagens recorrentes” – SESC/Ler Itapecuru-Mirim, 2006; Exposição individual “Ritos do Corpo” – SESC/MA, 2005; Exposição Coletiva “Arte e Meio Ambiente” – SESC/MA, 2005;
Exposição individual “Hibridações” – SESC/MA, 2004; Exposição Coletiva “Iconografia Urbana de São Luís” – SESC/MA, 2003; 1ª Mostra SESC de Humor – SESC/MA – 2000; XXIV, XXV, XXVI, XXVII e XXIX Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, FUNC, 1998 a 2002 e 2005; I, II, III Mostra Maranhense de Humor – DAC/PREXAE-UFMA, 1998, 1999 e 2000; 1º Concurso de História em Quadrinhos do Maranhão – SESC/MA, 1998; 1º e 2º Salão Nacional de Humor Sobre o Controle dos Gastos Públicos – União Nacional dos Analistas e Técnicos de Financias e Controle – UNACON, 1997/98;
Obteve premiação de 1º Lugar em Pintura no XXVI Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, 2001; Melhor Cartum Maranhense na 2ª e 3ª Mostra Maranhense de Humor, 1999 e 2000; Menção Honrosa em Pintura no XXVII Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, 2002;
É autor dos livros: REVIVESCÊNCIA (2014); A CIDADE E A MEMÓRIA: as representações artísticas formando a identidade ludovicense”, 2013. Em parceria com a professora da Universidade Estadual do Maranhão, Raimunda Fortes; CANTANHEDE: memórias terceiras, 2010; e VEREDAS ESTÉTICAS – fragmentos para uma história social das artes visuais no Maranhão, 2008; e é organizador, conjuntamente com Jucey Santana, da Antologia PÚCARO LITERÁRIO (2017, 2018 e 2021).
